Trova do Rics

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Rainha Margot


 (“dos errantes, dos cegos, dos retirantes”)

Alguém que não era, esteticamente, um modelo de mulher.... Devido à sua vida estática, mórbida e sedentária, tornou-se uma pessoa obesa e desleixada.
Dotada de idéias decadentes, ideais e criatividade nulos, porém com um grande poder de persuasão e maestria no quesito sedução. Ainda assim, julgava-se uma visionária, debruçada em seus diplomas empoeirados e representações dignas de cabaré.
Alguém sem pudor, que atraía suas “caças” de forma inescrupulosa.
Ingenuidade acreditar numa velha meretriz de carteirinha.
Com suas gorduras físicas e mentais, desfilava, soberana, sobre o tapete da indecência. Atrás da máscara da inocência, havia uma mulher vulgar, depressiva e desprezível. A escória humana representada na forma arredondada de mulher.
Como não havia argumentos eloquentes, atacava as pessoas com baixezas, atitudes típicas de sua índole. 
A ociosidade, a depressão, a carência afetiva, a mediocridade... Tudo explicava esse sentimento amargo, essas incoerências e ingratidões. Quanta intriga, quanta futilidade.... Quantos vergonhosos bacanais!!
Quem, em sã consciência, casaria com mulher tão infiel, tão mesquinha, tão indigna e de tão parcos princípios? Quem confiaria em alguém que vivia à margem da sociedade assim? Quem sairia pra trabalhar e deixaria a “mamífera” à disposição?
E só mantinham amizade com mulher tão baixa os fracos, interesseiros e coniventes. Porque quem expunha a “melhor amiga” contando ao mundo as suas orGIas, não merecia afeto, atenção e respeito... Merecia ser pega de quatro num beco sujo e escuro, pra que não se visse nem mesmo a sua cara de vadia porca e, em seguida, largada à mercê dos ratos.
Ela, que encontrou sua morada na rua Augusta das madrugadas frias e da promiscuidade. Puta gorda ou gorda puta? Eis a questão...
A vida e suas frequentes decepções encheram suas bochechas gordurosas de rugas, ainda que ela insistia em escondê-las com cremes americanizados.
E despejava suas mágoas, rejeições e frustrações em quem um dia lhe estendeu a mão.
Foi a comida mais podre dos donos de Bordéis. Porém, teve que conviver para sempre com isso... Foi o almoço e a janta em tempos de crise... Depois foi desprezada, escorraçada desses mesmos Bordéis para, quem sabe um dia, virar folheto, literatura de cordel.
Jogarias pedras na “Geni dos tempos modernos”? Não seria necessário tal esforço pois ela já estava a cair em terrível velocidade rumo a um lamaçal de merda.
“Diante do medo, um sorriso aeróbico; nas bochechas a câimbra de uma alegria incompleta. Nada como um sorriso burro e paranóico; para não perceber a velocidade terrível da queda.”
A Rainha do lixo.... Das docas.... Dos perversos.... Da sucata.... Dos lazarentos!! E também dos saltimbancos.
Agonizando, ainda resistia, com seu sorriso clandestino e andar moribundo. Manifestando atos destemperados e inconsequentes, não enxergava que a derrota se aproximava e só haveria uma saída... A sua redenção, o pedido de perdão à Deus. Esse mesmo Deus que ela passou a vida a menosprezar e desprezar, porém sempre escondendo seu vil caráter atrás do símbolo sagrado da cruz. Ainda haveria salvação à essa mulher.... Se ela não despisse mais suas roupas aos errantes... Mas despisse sim seu cérebro de tanta impureza e ódio!! Que pedisse perdão aos homens de bem! Ou às pessoas que, um dia, lhe fizeram algum bem...
Mas, em seus últimos instantes, ela preferiu um derradeiro orgasmo, como demonstração de asco aos que ela considerou culpados pelo seu fim.

http://youtu.be/vRPVqxFLg90

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